sábado, 15 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

STVLTORVM INFINITVS EST NVMERVS

No qual utilizo um link pra comentar sobre o BBB 2011.

STVLTORVM INFINITVS EST NVMERVS.
(Deu trabalho tirar da minha 7ª edição do Dicionário LEP Latim/Português de bolso - 1955)
O dito cujo chega quase a desmanchar na minha mão e dá medo molhar o dedo na saliva pra passar as páginas com medo de algum tipo de infecção. Vou lavar as mãos agora.

Pra quem se interessar e quiser se aprofundar na tolice humana, sugiro:

http://www.hottopos.com/mp2/tontospt.htm

Vida e Literatura

Apenas um experimento. Insônia e dor no joelho dão nisso, mais o vinho que ao invés de dar letargia, deu ânimo.
Por Quem os Sinos Dobram? Não há Nada de Novo no Front! O jeito é aguardar, porque O Sol Também se Levanta, e Paris é uma Festa!

De Boêmios Errantes morando na Rua das Ilusões Perdidas, fico a lembrar Como Era Verde o meu Vale.

Crime e Castigo me condizem, porque,

Lobo da Estepe que sou, constantemente tenho Sonho de Uma Flauta,

e me sinto Sidartha subindo até A Montanha Mágica, a encontrar Fausto para um Diálogo sobre A Divina Comédia,

enquanto caminhamos sobre O Fio da Navalha.

Vou tomar o último gole das Vinhas da Ira,

ler o quarto capítulo de Vida (Keith Richards),

me voltar a Deus, um Delírio,

aquele Relojoeiro Cego!

E dormir com as Memórias de Minhas Putas Tristes.

Quiçá ter pesadelos com Cem Anos de Solidão ou temer O Amor nos tempos do Cólera.

Tenho Olhos de Cão Azul, e Ninguém Escreve ao Coronel.

Erendira e sua Avó Malvada se foram,

pela Trilogia Suja de Havana,

e resta ao Velho e o Mar,

apenas a Odisséia diária do amanhã.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Poema

fssinto falta de amor
  e me embrenho em pedaços
  partículas do que vivi
  tento resgatá-las


João Carlos Jacob

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

LETRAS DE JOÃO CARLOS JACOB

de minhas entranhas soam saudades apenas, quando abro a boca
quando a abro com decência!
quando a abro sem querer, soam porcarias esvoaçantes misto a moscas varejeiras e aranhas, algumas cobras enfim.
algumas lesmas insurgem contra minha pessoa, tentam sair magoadas de minha boca.
no lume final, noite finda, se esgoelam de volta, devargarzinho deixando rastros...
engulo moscas, lesmas, sapos, tempestades!
Tento golfá-los dia seguinte, poucos saem!
gostam de minha comodidade, afeto e companheirismo.

POEMEU DA MADRUGADA SEM SONO

É quase que como quando meu coração se torna grande e cheio por alguém,


penso em quantos corações vazios deixei
e que também

se tornaram cheios de outrem,

e que, sem saber, ou se importar como eu, que me faço poeta vez ou outra,


outros corações vazios deixaram.

E nesse contexto todo de corações, tenho às vezes pensamentos múltiplos sobre eles,
sobre o meu, sobre os outros, sobre todos, e principalmente agora,

sobre o seu.


João Carlos Jacob

domingo, 3 de outubro de 2010

e às 4:33 da manhã me aparece isso antes de dormir

Boa noite Princesa! Vinda da Terra do Nunca, que sempre imaginei nunca mais te ver!
Deixo a música pra ti e espero teus comentários! Sempre fui apaixonado por ti! Mas tenho de o confessar isso de madrugada! Que coisa! Exagero de exclamções, digo apenas bom dia agora, Princesa! Diferentemente das postagens toscas que fiz, não venha beijar meu túmulo, apenas acaricie ele e deixe sua singela prece de quem admiro demais. E obrigado por surgir assim, sem nada além de tua beleza toda, a mim, nesse momento. A eternidade tornou-se curta!

Into my arms

Eu dedico essa pra quem me fez realmente voltar a postar. Linda e bela Lu! O que tinha prometido que faria a ti, lembra? Beijo grande!

Into My Arms
I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms


Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms


And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk,like Christ, in grace and love
And guide you into my arms


Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms


But I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candles burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore


Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into my arms, O Lord, into my arms
Into My Arms (Tradução)
Eu não acredito em um deus intervencionista
Mas eu sei, meu amor, que tu acreditas
E se eu também acreditasse, eu ajoelharia
E rogaria a ele
Que não tocasse num único fio de cabelo de tua cabeça
Que te deixasse do jeito que tu és
E se ele sentisse que precisa te guiar
Que ele te guie direto para os meus braços


Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
...


E eu não acredito na existência de anjos
Mas ao te olhar, me pergunto se não é verdade
E se eu acreditasse, eu os convocaria a todos juntos
E pediria que te guardassem
Que cada um lhe acendesse uma vela
Para fazerem o teu caminho limpo e iluminado
E andarem, como cristo, em graça e amor
E te guiarem para os meus braços


Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços


Porém, no amor eu acredito
E eu sei que tu também acreditas
E eu acredito em algum tipo de caminho
Que nós podemos seguir andando, tu e eu
Então, mantenha tuas velas acesas
Que faça da jornada dela pura e brilhante
Que ela irá sempre retornar
Sempre e sempre mais


Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
Para os meus braços, oh, deus, para os meus braços
...

A whiter shade of pale

Poizé! Depois de bom tempo vou a ver os bons rapazes ridículos numa das músicas que me endoidecem de paixão. Fazer o que? Ir para o túmulo mesmo! É tosco demais! Mas eu gosto! Tem um que de minha infância em discos antigos que minha mãe ouvia, essas coisas! Bom! O Blog abandonado faz tempo! Algumas cuspidelas no túmulo, uma certa vontade de residir ali, mas agora mais tranquilo! Quem sabe funciona! Vamos tentar.

sábado, 1 de agosto de 2009

ULTRAGÁZ

Pior que isso, só a Ultraaagáááááááázzzzzzzzzzz!

Carrinho de churros não me deixa dormir!

Churros com qualidade total,estamos no seu bairro, bem pertinho de você, aproveite, imperdível,churros de qualidade total,imperdível, macios, quentinhos, crocantes,com o melhor churros da região, sempre na sua região, sempre na melhor hora! Atenção! Estamos no seu bairro com churros macios e crocante, venha saborear, chocolate, morando, brigadeiro e granulados coloridos, e frango com catupiry, uma delícia de churros, aproveite ( música do Daniel), churros com qualidade total, imperdível, perto de você, estamos no seu bairro com o melhor churros da região, imperdível, com cobertura de côco, castanha e catupiry, sempre o melhor churros, sempre a melhor qualidade (música da festa no apê), ateñção, chocolate, morango, ervilha, e côco com catupiri, churrus saborosos, feitos na hora, uma delícia, estamos no seu bairro, aproveite, sempre a melhor qualidade, venha aproveitar ( e festa no meu apê rolando) e churros de doce de leite, chocolate, morando e doce de leite com catupiry! Estamos no seu bairro com catupiry! E a sanfona que já vai embora e atenção, estamos no seu bairro e lá no meu apê, vai rolar buda-le-lê! E atenção, estamos no seu bairro, churros com catupiry, banana, abacate e tudo que quiser na porra do churros, e tal. Que caralho!

sábado, 25 de julho de 2009

Estoy triste!

Eu me considero um perdedor!
Sempre me considerei assim!
Fazer o que? A vida nos mostra isso! E a gente tem de ser suficientemente frio pra tocar em frente! Que merda! O caralho da vida sempre tentando entrar em nosso cu. Tem gente que gosta, mas eu rebolo pra caramba pra evitar essa invasão. Mexo a bunda pra cá e pra lá e tem certas horas que não tem jeito! É deixar entrar mesmo e curtir, sentir ou tentar algum tesão na merda toda!
Porra! queria ser caçador e coletor, como na época antiga! Caçadores e Coletores! Bom ler livros de história antiga porque a gente sabe que nada vai mudar e dá um sentido assim, do tipo, relaxa e goza! A vida te estupra de forma inevitável mesmo. Bom, vou dormir! Tá foda esse vazio todo, essa agonia diária, esse muda-não-muda que nunca acontece de fato!
Tô de saco cheio da agonia diária, da vida, do mundo!
Algum otimista por aí? Não, né?
Fazer o que?
A mensagem de hoje é que se fodam todos e tudo o mais!
Estoy triste, pero simpre estoy triste!

Neruda era um filho da puta mesmo!

Alice

Hoje está sendo um dia malvado! E como malvado são os dias eu me encontro com o Tom! E ouço Alice entre tantas coisas.
Vai a tradução:
É tempo de sonhos, este o nosso!
Você brinca com um galho qualquer… Num lago congelado sob a lua fria, como a sombra de corvos algozes.
De meus olhos, eu via Lágrimas caírem velozes. E os meninos patinando!
Desenhavam o nome de Alice.
Desaparecerei em teu nome, mas talvez você deva me esperar,
Em algum lugar, no meio do mar,
Vejo um navio que some.
Ah! Seu cabelo, como um verde sereno Que ondula pela maré, A chuva sobre a janela, no sopé, Ou ainda o gelo que derrete meu veneno.
Caralho, só penso em Alice!
Eterno tique-taque, eterno ócio,
Não tiro os olhos do ponteiro;
O mar agita o barco sem propósito,
E o corte da navalha é tão certeiro!
Só um fio ainda me prende nessa bosta,
Vagar naquele porto, na costa.
De repente, um beijo secreto:
Êxtase e paixão.
Vou ficar pensando nisso, estou certo!
Quando estiver enterrado dentro do caixão.
Mas devo estar pirando!
Quando ponho os patins e ando naquele nome que escreveram no gelo,
Duas vezes ainda, querendo tê-lo.
Mas temo cair sozinho no frio De Alice…

You Can't Always Get What You Want

Stones me causam desvario: You Can't Always Get What You Want !
Tradução: Você Nunca Consegue o Que Quer!
Eu a via todo dia num acolhimento, com uma taça de vinho nas mãos.
Eu sabia que tinha encontrado um traficante e que havia pisado no perdedor.
E você nunca consegue o que quer.
Doçura,você nunca consegue o que quer.
Você nunca consegue o que quer.
Mas se você tentasse alguma vez, podia encontrar o que precisa.
Eu costumava andar na linha com meu amigo Jimmy, um cara que se dava bem.
Nós costumávamos comprar refrigerantes e comer cerejas.
Eu cantei esta canção com Jimmy, ele me disse uma palavra antes de morrer.
Eu a via todo dia num acolhimento, e em sua taça estava um homem sangrando.
Ela praticava sua arte da decepção, eu podia tê-la avisado da mancha vermelha em suas mãos.

É basicamente isso! You can'y always get what you want!

Bom fim de semana a todos os perdedores!

Sexta-feira

Então! Estou aqui! E não sei mais o que fazer!
Não sei que pensar, que sentir, que fazer da maldita vida que tô levando! Não sei mais que fazer! Mesmo!
Numa vã tentativa de me encontrar fui à Fran! E levei o note! E abri e todo mundo ficou falando que se desse muita bobeita iria ser roubado! Puá!
Nem me complico com isso, que se foda! Se roubarem o note, nao terão a senha! E ficará tudo na mesma merda.
Mas tava lá ouvindo um som! Vários!
E stones e beattles e jimmy e até orlando reis.
e tudo mais que tenho guardado!
e a saudade pegando, chegando, chegando, e eu empurrando ela pra fora do boteco!
noite foda!
Tá me fazendo mal mesmo, não consigo deixar o passado pra trás, a bebida não tá ajudando em nada, o msn tá vazio, e ainda tenho que trampar amanhã!
noite difícil pra caralho! Vontade de mandar o mundo à merda e ficar quietinho no meu canto esperando o fedor acabar!E não acaba!
Resultado: tenho de dormir pra acabar o trampo amana! Tenho de relevar tudo, me acostumar a meu cantinho, deixar de lado as bobagens que a mente provoca, e navegar pela Sampa desvairada de sábado.
Ao menos é mais tranquila.
Mas estou queixoso! Intranquilo!
Vou dormir! Quem sabe passa!
Tô de saco cheio dessa metrópole.

domingo, 19 de julho de 2009

Flying to the moon

Tomei banho! Fiz a barba! Limpei os ouvidos com bastonetes baratos comprados numa promoção que encontrei. Achei que se desmanchariam ao primeiro contato com a cera auricular, mas não, bons cotons! Tava precisando dessa limpeza geral, isso nos deixa melhor vez ou outra.

Acordei cedo neste domingo, e fui dormir cedo noite passada. Raro isso num fim de semana.

E acordei animado! Desmontei a cama que estava se desmontando, coloquei meu tapete por baixo, utilizei o estrado pra não tocar totalmente o chão, e me sinto seguro ao deitar agora sabendo que não cairá repentinamente após as amarras escoteiras que não a seguravam tão bem terem sido desfeitas.

O cantinho ficou perfeito, me senti feliz, ficou realmente bom. A cama estilo oriental (quase um tatâme) e o criado ao lado, com meu abajur e os livros de cabeceira e a foto de meu filho.

Possuído pela Maria Limpadeira lavei os panos e tapetes do post de domingo passado, limpei cozinha, varri a casa, joguei o lixo todo, limpei o banheiro.

Joguei o filtro velho da cafeteira, fiz um café forte e encorpado, liguei o note e me senti melhor.

Comecei a relembrar o dia de ontem.

Foi divertido.

Trabalhei pela manhã, saí da Zona Sul e fui até o Jaçanã, levei uma hora e meia pra chegar, tomei uns três cafés no caminho. Dirigir em São Paulo no sábado pela manhã é uma das coisas que me dão prazer. É quase tudo livre, a mente divaga, a gente olha as edificações, se sente passeando. É prazeiroso. Por isso deixo tantas vezes o trânsito caótico da sexta bem cedo da tarde pra terminar o serviço no sábado. Bom isso!

Ao chegar em Jaçana recebo uma toque a cobrar da Si! Sinal combinado quando ela estiver sem créditos e me quiser ver. Respondo numa sms que disto quilômetros dali mas quando retornar a procurarei, provavelmente quando estacionar na frente do boteco da Fran e tomar minha primeira cerveja do dia.

E feito isso, umas três horas da tarde, digito nova msg a ela dizendo estar lá embaixo esperando. Apesar de ter acesso liberado na portaria do prédio dela, não gosto de chegar sem avisar.

Fiz umas vezes enaltecido pelo alto teor alcóolico e não foi agradável. Acho melhor agora me segurar e mandar uma isca pelo celular primeiro.

Bom, tomei uma cerveja e fiquei lendo. É interessante isso. As pessoas vão aos botecos para conversar, criticar, reclamar da vida ou jogar conversa fora apenas. Eu vou com umas revistas, jornais, livros, algo do gênero que me deixe ali sentado quieto, esperando, enquanto vou lendo de tudo um pouco. Me acham estranho, intelectual, dependendo do boteco, essas coisas. Sou figurinha carimbada nos botecos por conta disso. Se alguém entra me procurando pro dono ele sempre diz: aquele que senta e fica mamando e lendo e fumando quietinho? Pois é! Este sou eu e minha marca registrada nos lugares em que costumo frequentar.

Então acaba a cerveja, resolvo atravessar a rua e interfonar pra ela. Tava louco pra contar a novidade. Um editor conhecido meu lá das paragens em que eu nasci me ligou anteriormente dizendo que estava adorando as merdas que eu escrevo, me pedindo pra não colocar nada mais que não fosse exclusividade minha, e que até o fim do ano gostaria de fazer um compêndio de tudo e publicar. Achei que ela iria gostar.

Toquei! O segurança já me conhece, nem quis interfonar, só liberou a passagem e subi.

Oitavo andar! Gosto desse número.

Cheguei e educadamente toquei a campainha. A porta sempre fica aberta, não sei como ela consegue dormir se sentindo segura com a porta aberta, mas vá lá!

Ela tava toda bonita, no banheiro escovando os dentes, disse que tava se preparando pra descer e me encontrar no boteco. Dei um beijo na bochecha dela toda cheia de creme dental e fui contando as novidades.

Descemos!

Uma cerveja e o friozinho batendo e vamos subir pro apartamento (o meu dessa vez) levando dois litros de cerveja pra papear sobre o último post.

Ela ainda não tinha visto, eu só tinha comentado que tinha postado.

Chegamos, bebemos, rimos, ela adorou o post, trocamos idéias sobre um livro sobre sua vida e o convite que fiz pra me contar sua história e teclarmos a quatro mãos e deu vontade de mijar.

Ela foi, rindo do que tinha postado antes, mas fez gostoso como sempre faz.

Cansados disso, fomos ouvir um pouco de música. Tentei o Tom Waits, algumas coisas meio deprês que adoro ouvir e ela me jogou um pouco de novidades que não estava por dentro.

Lá pelas tantas, o segundo litro acabando, lembrei-me do Frank.

Então procurei no youtube Fliyng to the moon!

Ela adora! Deixei o som ligado e fomos pra sacada, um frio gelando tudo.

Na sacada a abracei e dançamos o Frank inteirinho.

Foi libertador. É minha amiga, sabe disso, sei os limites, mas que cinturinha gostosa de se tocar e que corpinho delicado de se apertar ouvindo uma música dessas.

Rolou até um beijinho de amigos bem íntimo ao fim da canção.

Queria mais, engatei um "As time goes bye" e dançamos de novo. Fazia tempo que não rolava esse tipo de engajamento em minha vida. Mas o frio da sacada fodeu tudo. Entramos novamente.

Como o clima estava pro Frank, terminamos ouvindo "My way" e rumamos pro apartamento dela pra comer alguma coisa, que disse iria fazer pra mim.

Acabei levando o note pra gente ver Californication juntos.

Ela é boa amiga, quase irmã,não fosse tão gostosa. E sabe disso e da atração que me exerce, mas sei também dos limites que não devo exceder.

Bom, então está postado o momento romântico do Johnn Deere.

Tavam reclamando que eu andava depressivo demais e tal, e foi boa noite essa.

Comi bem, me diverti, dancei, ela também, e temos um carinho único e diverso do mundo.

Nada de paixão, amores que se foram ou se vão, nada. Sem compromissos. Uma amizade apenas. A guria é minha fã, e sou fã dela, e trocamos momentos sem cobranças. Isso é legal.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ronco!

Eu ronco pra caralho! Descobri a duras penas, não minhas, que ronco demasiado. Altos decibéis, incômodo total, cutucões à parte! Já saí do quarto de dormir várias vezes pra ir pra sala ou outro cômodo qualquer que me deixe com dores no corpo e faça a companheira sonhar com os anjos.
Negava isso! Sempre neguei. Talvez por conta daquela que vivi tantos anos juntos e nunca reclamou. Ou se reclamou, não dei atenção devida ou não lembrei no dia seguinte.
Fazer o que? Fumante inveterado, bebedor nato, ao cair no colchão apagado depois de alguma coisa sólida engolida às pressas faz com que nossas narinas entupam-se e a respiração do glutão vir a sair pela boca aberta e garganta. Apnéia do Sono, coisa parecida. Puá! Basta viver uma vida mais digna, deixar o cigarro e a cachaça e as contas vindouras que tudo se resume a um sussurrar leve.
Nada de cirurgia, que não serve pra nada se você continua a levar a vida desregrada. Apenas a moralidade, os bons costumes, a saúde preservada e pronto. Acaba-se o problema. Sei, os críticos dirão que existe sim um problema apneial etcetera e tal. Mas convenhamos, são para minorias. A grande maioria ronca mesmo é por conta dos excessos!
A primeira vez que me dei conta disso foi com meu pai! Numa pescaria em que dividimos a mesma barraca e não consegui dormir de forma alguma porque ele transmutava a paz em terremotos sonoros.
Que fazer? Me virar a noite toda e ficar ouvindo aquele som gutural. É horrível! Agora eu sei!
Bom, depois casei! E durante onze anos não me lembro de reclamações à respeito! Talvez porque me mantinha bêbado o suficiente pra desligar do mundo todo e se reclamações ou cutucões fossem dados não os recordava no amanhecer.
Então descasei, fui viver com outra moçoila por quem estava apaixonado e tal, e logo após os primeiros amores e sensações desaparecerem ela me vem com essa estória: não consigo dormir! Você ronca muito! Às vezes parece que vai morrer em pleno sono!
Envergonhei, disse que ia me dirimir, e parei de beber (não de fumar!).
Não adiantou!
Ela me disse certa vez: Olha! Meu ex-marido fez uma cirurgia pra melhorar isso.
Perguntei: Adiantou?
Ela respondeu: Não! Só quando a gente dormia em quartos separados funcionou.
Tentei evitar isso de várias formas! Dormia com a cara nos pés dela (ela com medo que eu desse um coice noturno com meus pés na cara dela), dormia de lado (de barriga pra cima sou insuportável a mim mesmo!), dormia no chão, em um colchão de solteiro....
Até que não teve jeito! Fui pra outro quarto. Sexo, carinho, conversinha (que sou oposto do macho que goza e dorme. Quero papear depois um pouco. Muitas gostam, muitas desgostam, algumas dirão: ele não fazia isso comigo! Enfim...). Fui para outro quarto!
E negava, dizia que era loucura, piração por conta da minha respiração cansada, e coisas parecidas.
Bom! Me separei de novo (não foi culpa do ronco, acredito!).
Montei uma república com dois amigos da faculdade que cursava.
Um era mais poderoso, ficou com quarto só pra ele.
Dividi com o pobre do Augusto! Coitado!
Chegou um dia, lá pelo meio do primeiro mês, que ele me disse:
Tio, não dá! Não dormi nada essa noite, dei travesseirada na tua cara, te cutuquei, te virei de lado, e continuava a britadeira.
Me apelidou de Johnn Deere! Por conta da marca famosa de tratores, hehehehhe. Teve bom humor.
Então, combalido e chateado, magoado por não me deixarem dormir junto a belas presenças femininas ou a meros colegas de quarto, mudei minha cama para a sala de estar.
República tem isso de bom. Se quiser dormir no banheiro você nem precisa dizer nada a ninguém, só muda a cama de lugar, se couber!
Com essa vida amalucada de solteiro quase quarentão vindo de relacionamentos que não deram certo e deixaram cicatrizes que amo, encontrei delicada pessoa.
Ela se chama Si...
Foi amor intelectual à primeira vista!
Me recordo que estava voltando pra casa e passei em frente do boteco da Fran e vi aquela mulher. Pensei: Caralho! Que porra uma mulher gostosa dessa tá fazendo aí?
Tava sem grana, merreca mesmo no bolso, e novo no bairro, sem nem conta no boteco ter.
Estacionei o carro na garagem do apartamento e contei as moedas no bolso. Juntei umas da gaveta e dava pra pagar 3 pingas. Uma riqueza!
Então lá fui! Sentei e pedi uma dose de vermífugo! E me veio, carregado num copo embaçado e tal. Mas a menina sutil tava lá tomando sua cerveja e conversando com todo mundo num vestidinho que entrevia partes quando cruzava as pernas. E fiquei pesquisando durante todo o primeiro copo do vermífugo (davam para três copos as moedas).
Ela soltou um comentário sobre Santa Catarina, seu belo estado natal e não me contive. Entrei na conversa! De cara, de sabedoria da paisagem e dos locais, e conquistei uma amizade!
Achei que tava bem, que a comeria logo mais, tava anoitecendo! E aquela merda do vermífugo fazendo já o efeito.
Bom, foi fácil a amizade, rápida mesmo. A Fran fechou, eu tava devendo já umas 3 doses de vermífugo pra ela, que a cada dose a gente sente coragem de pedir fiado mais facilmente quando a vontade bate e sou bom conversador, e a grana das moedas tinha ido pro espaço, e eis que ela me procura pra sair dali e encontrar o Ninja!
Caralho! Que porra é esta agora?
Um maluco do bairro que tinha um boteco na vizinhança e de japa ou china tinha nada mas manejava as armas marciais enferrujadas de forma bem legal, ao menos pros bebuns que frequentavam o local e se entusiamavam.
Fui pra lá aos tropeções com ela, doida também, mas com dinheiro, e eu não.
Lembro de muita coisa depois não! Só que não aguentei acompanhá-la e voltei pra casa e acordei malvado no dia seguinte.
Durante o dia os fatos foram se fixando melhor, a lembrança do que fiz em determinada hora, a lembrança daquela guspida-vômito que dei, a tristeza de: nossa, eu fiz isso mesmo! E tudo que se associa e assemelha a quem vive o tipo de vida que eu.
Mo meio da recuperação, sem trabalhar que graças a Deus era um sábado, encontro novamente a dita-cuja!
Olá! Tudo bem? Bem! E aí? Que vai fazer hoje? Nada! Vamos tomar uma na Fran? Claro!
Fui pra lá e acabei parando no apartamento dela que é quase em frente ao meu.
Cheio de vontade de comer aquela gostosa, louco de falar tanta coisa, sem grana pra pagar uma cerveja e prometendo pra semana seguinte uma continuação de tudo aquilo.
Então me deparo com algo!!!!!!!
Ela gostou de mim!
Me tomou como amigo!
Caramba! Levei tempo pra transformar aquilo em virtude!
Bom, resultado é que subimos pro apartamento dela, bebemos, fumamos pra caralho, eu com a mão boba tentando a todo momento chegar lá, ou cá, ou em qualquer lugar que me deixasse com o pau mais duro do que já tava e ela deliciosamente delicada me tirando o tempo todo dos lugares onde queria estar.
Levei uns filmes, uns de arte, outros bobagens, e os de sacanagem, que até agora não vimos juntos, hehehehe.
Deliciosamente supimpa essa menina.
Fui embora de manhãzinha, depois de uma janta perfeita, que eu não via a meses.
Dormi pra cacete!
Domingo ao acordar, pau duro como sempre, tesão de mijo, claro, salvo um sonho qualquer abstrato que nos ponha em polvorosa, me recuperei com algum café. Tudo estava embaçado!
Mas a lembrança do seu silvo e dos seus gatos prestos a me arranharem muito clara. Ela tinha gatos!
Lestat e hummmm, não lembro o nome dela até agora.
Bom, mas estava falando sobre roncos.
Pois então! Divaguei muito pra dizer que lá passo algumas horas da madrugada em boa companhia, boa comida, um carinho amigo que me faz falta quando ela se isola do mundo, e dos gatos.
Então, ontem, quando a reencontrei, trouxe imediatamente pro meu apto. Já virou minha amiga. É um homem de buceta para mim! E fuçamos um pouco na net enquanto tomávamos uma cerveja e deu vontade de mijar.
Eu fui primeiro, de porta aberta. Ela só comentou que nao gostava do som que a urina faz quando sai do pau e cai na água, etc....
E depois de algum tempo, ela foi. E fez de porta aberta e voltou acertando a calça e calcinha. E disse: Desculpa, esqueci de fechar a porta.
Se eu não estivesse tão ligado aqui nessa merda de net, teria escutado, sentido, pressentido o momento.
Adoro mulher mijando! Tara minha! Mas não mijando em mim (ainda!) nem mijando de qualquer modo.
Adoro aquela cena marcante do baixar as calças pela metade, sentar, fazer um chuáááá legal, e depois se limpar por trás! Me dá um tesão do caralho!
Aí ela falou que ia de novo e fui atrás, não ia perder esse show.
Ela mija legal! Ela faz enquanto conversa com você banalidades na porta do banheiro, e depois se levanta e passa o papelzinho por trás, dá aquela olhadela discreta antes de descartar, e se veste rapidinho. O detalhe: entre o último jorro e o penúltimo, ela dá uma suspirada discreta e diz que é gostoso fazer isso, quando se tem vontade, quase como um orgasmo. Molho um pouco a cueca, hehehhe.
Mas a essa altura ela é minha amiga, e fomos terminar de ver os intermináveis e-mail's que ela não tinha lido a dois ou três meses. Fiquei ali, esperando a oportunidade de ouvir o barulhinho novamente. E fui abençoado por mais duas vezes, thank's God!
Aí bateu a fome! Tinha uma lasanha daquelas congeladas e também a cerveja da Fran tinha acabado. E a gente foi por apartamento dela do outro lado da rua.
Ela queria fazer janta, com arroz e bife e tudo mais.Eu, na praticidade do homem solteiro moderno só pedi o micro-ondas.
Comemos!
Ficou de fazer uma janta bem bacana pra mim hoje, porque somos amigos mesmo! E tal!
(E eu estou pasmado de considerar isso mesmo, um catzo!). Tô me estranhando!
Comemos, ela me chamou pro quarto e começou a se trocar. Pediu pra eu não olhar. Porra! Isso não se faz! Claro que olhei! E gostei, mas tava baleado demais e sabia que ali não teria comida mesmo, só amizade!
Aí deitou-se e os gatos vieram!
E futucaram, amaciaram, pisaram nela o tempo todo até que adormeceu, a princesa!
Antes me perguntou se roncava, e se lembrou do meu nick de Johnn Deere, o trator, e falou, claro! Por isso o apelido!
Então deitei-me a seu lado e tentei dormir, controlando a maldita respiração.
Quatro cutucadas depois, já de dia, dei-lhe um beijo na testa e disse: vou embora senão você não consegue dormir hoje!
Maldição!
Cheguei no meu apartamento e apaguei até as dez. Dia de rodízio, abençoado seja vez ou outra!
E agora espero o não-convite dela pra não-pernoitar na cama dela e pronto.
Sexo não rolou! Nem vai rolar. A maluquinha só gosta de meninos mais novos e orientais. Com essa barba branca, essa pança cervejística, os peitinhos hereditários, só posso dizer que é minha grande amiga. E me dá uns abraços e carinhos calorosos vez ou outra, e fico todo aceso, mas sei que a brasa ali tá molhada de chuva, e o fogo não vai pegar. Faz bem pro ego ao menos! E pra vizinhança que acha que sou o maior comedor dela no momento, os porteiros, botequeiros, pizzaiollos. Ah! Que se fodam! Por isso não costumo me aprofundar em comentários alheios.
PS.: Ela estará postando suas estórias aqui comigo em breve, sem fotos. Mas é muito linda!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sonho de trezentos ovos

Escapou-me um sonho que tive hoje e que lembrei-me novamente agora.
Estava numa chácara, numa cozinha rústica, e me foi pedido por alguma mulher que fosse catar ovos para alguma refeição.
Dirigi-me então a uma espécie de curral com 3 galinhas apenas, ao invés de bois. E corri a catar os ovos e elas saíam correndo e botando e cada vez que os pegava eram ovos moles ou quebradiços, não sei bem ao certo, e de dentro saíam pequenas fotos de mulheres que confirmei pela imagem como sendo Claudias e Lauras apenas.
E voltei com os trezentos ovos (não sei por que o número, me veio à cabeça apenas), ou as trezentas fotos melecadas de gema e clara à cozinha e levei uma bela bronca da mandona cozinheira (mãe?!). E acordei sobressaltado com tudo. E lembrava-me apenas dos nomes das fotos: Claudia e Laura!
Eram três galinhas, e peguei trezentos ovos. E só tinham fotos de duas dentro dos ovos. E a terceira? Será que era improdutiva? 150 ovos fotográficos pra cada uma das duas? Mistérios dos sonhos! E por que elas sorriam tanto nas fotos? De maneira meiga e agradável, simpáticas e prazeirosas, quase dizendo oi pra mim?
E quem são as Claudias e Lauras centoecinquentonas cada que me apareceram nos ovos?
E como consegui carregar tantos ovos ou fotos melecadas e entregar pra Senhoria mandona da cozinha da fazenda?
Mistérios dos sonhos, vai saber por onde irá nossa cabeça quando a colocamos sobre o travesseiro?

Deixando o inferno para trás

(...) "Deus proverá", dizia uma das minhas sogras quando eu tinha sogras. Bom. Vamos confiar. Amanhã é outro dia e vou pensar em alguma coisa.
Definitivamente, é assim que se vive: aos pedacinhos, empatando cada pedacinho,cada hora, cada dia, cada etapa, empatando as pessoas daqui e dali dentro da gente. E assim se arma a vida como um quebra-cabeça.
Não gosto de falar das etapas da minha vida porque a dor se remexe. Mas assim é. Vive-se em capítulos. E é preciso aceitar. Muita gente à minha volta andou injetando rancor e ódio no meu coração. O final era previsível: ingressar no caos, seguir para baixo e não parar até o inferno. Quando estivesse assando no azeite e no enxofre em chamas, não haveria mais remédio.
Já estava seco e fedendo a gases sulfúricos quando consegui deter a queda. E comecei a recuperar algo do melhor. Me custou esforço. Nunca voltei a ser o mesmo. Por sorte a vida é irreversível. E, sobretudo, não continuei rodando até o inferno. Provas que a vida nos impõe. Se não se sabe, ou não se consegue superá-las, aí se tomba. E talvez não se tenha tempo nem para se despedir (...).

Pedro Juan Gutiérrez

domingo, 5 de julho de 2009

Sobre mim!

Domingo de manhã, acordo sobressaltado! 3 Sonhos, escolhendo qual deles deverei seguir. Um diz que estou com uma garota bonita bolinando e agraciando sua intimidade com toques sutis de língua e provocações, algo me molha o queixo. Outro me joga numa estrada violenta e sinuosa, esgueirando corpos e veículos, num sem freio que consigo administrar com violentas curvas e mudanças de rumo. Outro, o último, uma mistura de pesadelo e medo com Jason, vampiros e toda aquela criação cirúrgica de "re-animator" misturada com sexo e sangue.
Que esperar disso tudo? Volto a dormir enquanto os aviões começam a pousar. Isso me faz lembrar que passa das seis da manhã! Olho preocupado o celular, mas fico aliviado ao lembrar que é domingo. Durmo de novo, os 3 sonhos misturando-se e escolho um, pra ficar até as dez ao menos. Fico com o da garota, claro! Óbvio! Carros não são meus prediletos, re-animator me fez lembrar dum tempo ainda adolescente em que toquei uma bela punheta num filme de horror. Mas a garota me agraciando foi tudo de bom. Estranho como Morpheus mexe com a gente. Ou nós mexemos com ele? Acordo de novo! Sofri um acidente violento correndo demais numa estrada sinuosa! Não deu certo a tentativa de conciliar os sonhos. Ah! Foda-se! Vou pra cozinha, misturo um restico de café com o café de ontem pra ver se fica mais forte e me re-anima novamente, nem troco o filtro da cafeteira, apenas jogo pó sobre ela, pego o resto do café frio de ontem, ou anteontem, agora tá difícil recordar, e adiciono mais água.
Passo pelo espelho! Meus cabelos eriçados (os poucos que sobraram) me dizem: Que merda!
Procuro o maço vermelho. Acho pela metade. Acendo. Queria esperar o café, mas a cafeteira ainda demora e quero ir ao banheiro, paciência. Então me sento, olhos remelentos semi-cerrados, o cigarro aceso, e uma diarréia de arder o cú! Recordo-me imediatamente do vinho vagabundo da noite passada. O banheiro está fodido! Os encanadores que vieram pra arrumar desarrumaram tudo, faltaram na sexta e só na segunda prometeram consertar. Pausa. Uma boa tragada, porta aberta, estou só! Limpo! É tudo como sangue coagulado, escuro e de cor avermelhadamente vermelho-coágulo. Culpa do corante do vinho vagabundo . Que fazer? Tomar café, tava pronto! Banho que seria bom nem pensar, só no zelador do prédio. A água foi cortado por conta da reforma do vazamento que vinha sabe Deus de que andar.
Bom, tomei o café e resolvi dar conta da bagunça do apartamento. Desisti logo. Domingo. Segunda eles vem e fodem tudo de novo e tenho que retrabalhar a limpeza.
Tinha um resto de sopa estragada, que joguei fora. Tinha uns panos sujos na área de serviço, que pensei em lavar, mas resolvi jogar água sanitária num balde com sabão em pó e deixar apodrecer ali até a vontade bater e lavar.
Tomei o café, ficou bom! Forte, impávido, colosso! Procurei o maço vermelho de novo. Ah! A primeira tragada depois do café! Cú ardendo ainda, sem banho, um lixo! Foda-se! Estou de novo em pé.
Resolvi dar um jeito na cozinha. Lavei tudo, limpei o que pude, levei uma meia-hora. Olho no relógio. Quase meio-dia. A venda está pra fechar. Corro lá. Compro massa de tomate, meio quilo de carne, "mandioquinha" que gosto e estou com vontade e duas garrafas do vinho barato pra tomar depois. E rúcula, tinha esquecido o que é comer rúcula. Acho que me fará bem de algum modo.
Na volta, entro no boteco da Fran! Ela é estronha! Peço fiado até terça! Aceita. 3 litrões de cerveja, 2 pra tomar lá e uma pra levar. Aproveito o refrigerador dela pra gelar o vinho barato. A rúcula murcha enquanto isso.
Abro o Pedro Juan Gutiérrez, Trilogia suja de Havana e me delicio delicadamente por duas horas.
No meio do tempo me chegam os invasores.
Um monza velho para bem na frente, som alto, regurgitando axé e companhia e me atrapalhando a leitura. Tento me desvencilhar. O som prossegue.
Depois de três mijadas, uma tentativa de reconciliar a leitura. Não dá. Toda aquela merda de música nordestina atual (com perdão aos clássicos que gosto), resolvo ir embora.
Levo comigo a garrafa de vinho gelada e uma cerveja de litro.
Chego ao apartamento, brinco com o porteiro sobre a merda toda do encanamento, subo ao meu andar e encontro o notebook ligado.
Anseio pela mensagem ou presença de alguém e encontro ninguém.
Catzo!
Abro a cerveja e começo a tomar e digitar aqui.
Momento atual: Poucos vão gostar, muitos vão adorar, assim penso!
Pois posto esta então, tempos depois, antes que a cerveja se acabe e me acabe em sono promíscuo tentando novamente o gosto lúdico e prazeiroso com que acordei.

Eu Pecador - Nicanor Parra

EU PECADOR
eu galã imperfeitoeu dançarino à beira do abismo,
eu sacristão obscenomenino prodígio das lixeiras,
eu sobrinho – eu netoeu confabulador de sete solas,
eu senhor das moscaseu esquartejador de andorinhas,
eu jogador de futeboleu nadador de Estero las Toscas,
eu profanador de tumbaseu satanás enfermo de papeiras,
eu conscrito remissoeu cidadão com direito a voto,
eu pastor de ovelhas do diaboeu boxeador vencido por minha sombra,
eu bebedor insigneeu sacerdote da boa mesa,
eu campeão da cueca*eu campeão absoluto do tangoda guaracha, da rumba, da valsa,
eu pastor protestanteeu camarão, eu pai de família,
eu pequeno burguêseu professor de ciências ocultas,
eu comunista, eu conservadoreu recopilador de santos velhos,
(eu turista de luxo)
eu ladrão de galinhaseu bailarino imóvel no ar,
eu verdugo sem máscaraeu semi-deus egípcio com cabeça de pássaro,
eu de pé em uma rocha de cartão:façam-se as trevasfaça-se o caos,façam-se as nuvens,
eu delinqüente natosurpreendido em flagrante
roubando flores à luz da luapeço perdão a torto e a direitomas não me declaro culpado.
*dança nacional do Chile

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Poemeu de hoje

Nem dói mais, só incomoda.
Ando desistindo das coisas.
Meu carro me assemelha.
Sujo, caolho, gasto, roncando.
Se alimenta pouco, bebe muito,
Não troca o óleo faz tempo.
Anda o dia todo
Os pneus carecas,
Mas não para, só continua andando.
Por dentro está sujo,
De sujeiras antigas.
Por fora leva uma ducha
Vez em quando.

Poemeus de ontem

A vontade
Que tinha perdido,
Passou por mim agora,
De malha de ginástica,
Puxada por um cachorrinho.

O Senhor Jamaica, pessoa
Idônea, discreta e cabeleira me disse:
-Mano! Tu escreve pra porra!

Ah! Queria escrever pra outras
Mucosidades e Viscosidades.
Essa ejaculação mental me incomoda.
É gozo ínfimo, fraco!
Não ganha um campeonato
De cuspe à distância.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Por onde eu olho

Eu olho para trás e já não vejo nada
Não vejo sentido, medo, alegria ou tristeza
Apenas um vazio que ficou atrás.

Eu olho para frente e já não vejo nada
Não vejo horizonte, nem vejo sentido, medo, alegrias ou tristezas
Apenas o vazio de trás que segue à minha frente.

Eu olho para mim agora e já não vejo nada
Deixei de ser, me equivoquei, acho até que não sobrevivi
Devo ter morrido mesmo, e agora é só o limbo vazio

Vazio de sentimentos, de razões, de sentidos
Apenas o vasto vazio interior.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cuspidelas no túmulo!

Bom, creio que exagerei no tamanho do texto de ontem, já recebi várias críticas de pessoas que o acharam longo demais, que deveria dividi-lo, outros dizendo não serem loucos para ler tanta merda, etc...
Postarei mais textos curtos da próxima vez, estou apenas começando. E sei que ninguém tem paciência ou tempo pra ficar lendo blogs desconhecidos.
Mas outro dia, que agora estou cansado.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Noites Paulistanas - Ali Babar – Santana – Zona Norte – São Paulo – 13 de dezembro de 2008 – 22:35

Sento numa mesa tranquila, abro o note e começo a selecionar e editar algumas fotos da última viagem que fiz. O lugar é jovial, simpático, e um pouco caro. Na mesa ao lado dois casais e duas meninas sobrando ou esperando. Música ao vivo, de boa qualidade, com um carinha que lembra o Dinho do Capital Inicial, e que deve fazer sucesso entre as mulheres.
Ah! As mulheres... Criaturas simpáticas e pouco confiáveis! Um cheiro insuportávelmente doce de Narguilé ao lado, meio maçã caramelada, me tá dando náuseas que meu cigarro convencional, o bom e velho companheiro, ainda não conseguiu vencer. Todos na faixa dos vinte e poucos, muito poucos anos, pra minha idade.
Mas pensava nas mulheres, e em uma em especial, que sei, agora, se estivesse comigo aqui estaria de olho no vocalista da banda. Paciência. Nunca toquei nada além do meu próprio instrumento, que manuseio com atenção e dom únicos. Quase um virtuose! Não é engrandecimento de ego, existem relatos sobre essa atenção, e meu ego se infla quando penso neles, claro!
Bom, não consigo escrever sem falar sobre minha pessoa, minha situação, meu egocentrismo extremo, e também minha entrega extrema à vida, aos dissabores e às situações que essas condições criam. Como dizia um velho amigo, sou visceral.
Aumento a fonte, aparecido que sou, para que a menina sentada à mesa atrás de mim leia o que escrevo, pois se mostrou interessada. Quem sabe core ao ler essas linhas agora, o que muito duvido, mas que sei causo certa admiração por estar escrevendo seus pensamentos. Olho pra trás e ela sorri meio sem graça! Interessante manusear as pessoas e coisas. Interessante a vida, ridícula de simples, mas complexa pelos sentimentos e interesses despertados durante a pobre existência.
Quero aparecer! Claro! Exite modo mais simples e interessante e diferente de chamar a atenção que um careca que já dobrou o Cabo da Boa Esperança na vida, solitário, num bar razoável, cheio de pessoas fisicamente interessantes, mas que passaria despercebido ou desarazoável no ambiente não fosse o fato único de estar só em uma mesa compenetrado no seu trabalho de digitação dum texto e de se mostrar, ou querer parecer moderno a essa geração saúde que pouco se importa com os desígnios da mente? Acho que não!
Escrevo ao acaso, palavras surgindo dispersas, sem compromisso e sem profissionalismo, o que por vezes já fiz melhor. Mas convenhamos, prum sábado à noite solitário e que poderia ser mais solitário e triste num quarto ou sala assistindo um programa qualquer na tv, até que estou me saindo bem. Ao menos as meninas de trás sorriem quando escrevo algo sobre elas, como agora!
Falso canalha que sou, me finjo escritor ou coisa parecida, e sempre cola. E o barzinho leva a música a sério. A banda é realmente boa! Os garçons, todos fantasiados de falsos árabes, são prestativos e constantes, o que é bom sinal, aliás, mau sinal, porque não nos deixam com o copo vazio por muito tempo. Mas a julgar pelo preço pago no estacionamento, mais a taxa de entrada no lugar, no mínimo tenho de permanecer por umas quatro horas.
Uma “nunsei”, aquelas mestiças japonesas já gloriosamente miscigenadas à nossa raça, e que dão um sabor especialmente brasileiro aos olhos diferenciados, me pede ajuda para uma foto, entre uma tragada no narguilé e a conversa com os amigos, numa simpatia única no Brasil, dificilmente encontrada em outros lugares no mundo.
E São Paulo é assim, como Curitiba, que me disseram séria e confusa, fria e distante, e no entanto foi acolhedora como poucas cidadelas nesse país difuso.
Eis que chega a hora da dança do ventre! E que ventres! Me parece haver uma grande lombriga entremeada ali dentro, por Deus! Como se mexem e se remexem aquelas lindas barrigas! Que coisa linda! Surpreendente pela beleza e extrema exuberância das meninas. Fico a imaginar o que fariam com aquele remelexo todo em uma noite a dois. Seria incrível! Ou então estariam tão cansadas do exercício que relaxariam apenas... já aconteceu comigo, numa noite num strip em que a maravilhosa garota que pingava velas em seu corpo, enquanto se despia e dançava languidamente, cera pelos mamilos e costas e nádegas, e que linda pela mocidade e novidade me concedeu a certo custo uma hora em uma casa próxima, se queixava a todo tempo de minhas sugadas e apalpadelas e lambidas! Dizia estar dolorida, louca pra acabar, e eu embriagado, a custo e distante de me esvaziar de meu desejo. Coitada! Sinto pena hoje. Vai saber? O engraçado é que o tempo e o custo e a bebida nos fazem esquecer ou lembrar esses acontecimentos.
E é engraçado que não adianta ser muito magrinha, tem que ter uma barriguinha saliente pra ficar interessante, claro, a dança é do ventre! Nada absurdo, mas aquela coisinha que vibra quando ela requebra. Se fosse tudo durinho não teria graça ou sentido! Agora pausa, vamos observar apenas. Alguns minutos que darão graça e prazer aos olhos.
Grande momento da noite! Ela surge brilhante! Nova, seus vinte e poucos anos garantidos, sorridente, cabelos lisos e castanho-claros, magra, esguia, dentes à mostra num sorriso plástico bem planejado, linda!
Escrevo enquanto vejo suas ancas maravilhosas, e não erro as teclas, sou bom nisso.
Essa é especial, tem um ventre de cobra que me fascina, e que umbigo maravilhoso, e que ossinhos lindos de suas ancas. Tenho que corrigir o texto depois, claro. A menina é linda! Maravilhosa, simpática, tudo que queria pra mim, mas nunca trabalhando num lugar desses! Me dá medo pensar isso, caramba! Não é preconceito, apenas me conheço bem pra evitar o ciúme inevitável numa situação dessas.
Nossa! Final surpreendente, excitante e delicioso. Nunca mais sairia desse umbigo, nem daquelas curvas maravilhosas. Mesmo em quietude ou se mexendo com uma ourobouros dentro do ventre.
Começo a entender o sentido e importância do sexo, da voracidade que exerce, da força que tudo empurra e excede à hora destinada à consumação! De tantas vezes em que me guardei por conta de uma única pessoa e de tantas outras que não se guardaram, e que, infelizmente pra mim, foram mais espertas que eu. Engraçado que também tive meus momentos de exacerbação extrema e glória sexual, mas sem resultados conflitantes. Não sei se agradeço aos céus ou se os envio ao inferno agora. Apenas sinto a vida pulsante e clara nesse momento. E uma claridade diferente se evidencia, como um perdão que já havia concedido mas ainda não compreendido.
E eis que tudo se consuma em festa e dança. O pequeno ambiente se transformou em uma pista de dança apertada com garotas bonitas e jovens, algumas maduras mas ainda assim lindas e descoladas. Não fosse pelo peso da mochila com o note onde escrevo e a timidez natural de meu signo,certamente me juntaria à pista. Mas continuo a escrever. E fiz, claro, alguma amizade com as meninas da mesa de trás. Resta não estragar tudo agora com meu humor ácido e intranquilo da atualidade. Tentarei me conter e contar amanhã. Acho que por hoje chega!
E não chegou!
Ainda por aqui, fui ao banheiro e pasmei. Quanto tempo perdi em conhecer mulheres jovens e interessantes em prol de uma apenas! Puxa! Que loucura é a noite, as novidades que aparecem a cada instante e te olham e te transformam em alguém interessante também. Impressiona agora a qualidade, quantidade e vitalidade e vontade sexual das pessoas.
E entristece também, visto que sou um romântico com olhos exclusivos para um mundo que já não é meu, e que dista de tudo que vivo agora. É pena! Triste essa situação que o som provoca, que a fúria erótica do lugar e do momento evocam, e que me fazem confiar a cada dia menos no amor único, na razão de preservar um relacionamento, no sentido único do amor romântico e tudo o mais com o que criei em minha fantasiosa e sonhadora e romântica mente.
E isso aos 37 anos. Descubro agora que grande merda e distrativa é a vida! Que sexualidade latente existe e não enxergamos senão quando livres de toda paixão e amor perdidos?
Mas disse livre?
Fico perplexo com a quantidade de facilidades sexuais que existem e que eu, por pura paixão e amor ainda deixo passar batidos.
Não me interessa o sexo fácil, ainda mais fácil agora, que é só se aproximar requebrando e tudo vira filme, como com o Gianechinni e a Paola!
Tudo que vejo e observo é traição de princípios que eu próprio traí uns tempos atrás, que eu mesmo procurei mudar e que me fizeram compreender que nada muda, que tudo é somente sexo e amizade e vontade.
Baseia-se a vida em desejos, vontades realizadas, tesões ocasionais não repreendidos e ocasionalidades banais que podem comprometer toda uma existência. Que responsabilidade temos diante disso? A do momento apenas!
Nunca estamos livres dessa paixão, desse modo de vida único, dessa vontade única de alguém e ciúme que nos consome. Eu simplesmente estou só. Eu simplesmente estou livre, eu singularmente estou pensando e vivendo isso! E vai contra toda minha vontade de ficar assim!
Mas estou aqui agora, numa danceteria ou boate ou sabe Deus como chamava na época em que éramos jovens e gostávamos disso tudo. O som estridente me arrebenta os ouvidos, e logo caio na pista, que tô cansando de escrever. E as luzes fascinam mais que antes, claro, a tecnologia! Sinto falta da luz negra, que ainda não vi. Tô com camiseta branca! Lembra disso?
Sou um pássaro que estava em uma gaiola com a porta aberta e não queria sair, mas que foi meio que empurrado para a liberdade e que torce ainda em voltar pra gaiola acolhedora, pro ninho restrito, pra vontade de ser único em uma vida que já vai longe de um dia ter sido perfeita, e que ainda sonha com ela.
“Não vou dizer que foi ruim! Tampouco foi tão bom assim....” E a banda continua com o Lulu, “não desejamos mal a quase ninguém”, “consideramos justa toda forma de amor!”
E assim prossigo!
E agora “Além do horizonte existe um lugar... bonito e tranquilo pra gente se amar”, e eu não acredito mais nisso.
É estranho escrever num lugar tão cheio, tão barulhento, tão único e distante do que esperávamos.
E queria que estivesse aqui comigo, no lugar dessa máquina, pra gente dançar, pra gente se amar e se soltar, até mesmo paquerar as pessoas ao redor, com um certo respeito que não foi escrito e nem discriminado no início de tudo, mas que poderia ser concordado antes de tudo acontecer, pra que não virasse um caos agora. Com aquela discrição única que não existiu entre nós, poderia ser um grande ato de amor.
Mas foi mal compreendido por mim com teu ciúme obsessivo do início e teu distanciamento final. E com meu cíume obsessivo depois do teu, pra compensar o que passei.
Putz! Sei que detestava quando usava esse termo, mas é congruente agora. Ele me designa quando cai a fixa em minha mente. Só agora percebo o quanto me entreguei de forma errônea a você. E, putz, só agora percebo de fato que tento mudar o conto, o lugar e a estória e acabo caindo em você novamente! Resta o consolo de escrever razoavelmente e ter você como inspiração!
E vamos à noite que é uma criança e já fez xixi no meu colo. E algumas considerações que fiz e nunca haveria de saber senão após nossa desunião.
Acho que ficou bom o texto. Tentarei não corrigir ao mandar aos amigos! Meus críticos ocasionais, e únicos leitores!
Agora as luzes piscam muito e me atrapalham a visão. Tô quase caindo na pista, tão tocando “Bizarre Love Triangle”, algo de minha época e que me remete a algumas histórias vividas.
Vamos à noite e ao que ela me reserva então, apesar da vontade de roncar a teu lado ou no quarto vizinho. Odeio minha canalhice, que surge sempre que estou só! Mas me sustenta e sou bom nisso, redescubro agora. E dançarei na pista, infelizmente sem você, que nunca saberá dessa minha facilidade, apesar da mochila pesada e sem sentido nas costas.
E percebo agora que erramos muito em nossas definições, por medo apenas de ofender um ao outro.
Entendo claramente tudo isso. E sinto muito. E espero acertemos um dia em tudo que sentimos um pelo outro. Acredito nisso, espero isso, sei o quanto somos especiais e o quanto teremos que nos afastar para enfim nos aproximarmos.
Então, eu diria sim, sempre, ainda que por quinze minutos apenas! A eternidade é muito curta às vezes.